PÁGINAS EM CONSTRUÇÃO
CABAÇO, António Dinis
CABECINHA, João Ferreira
CABECINHA, José
CABRAL, MARIA LUÍSA SARSFIELD
CABRAL, Vasco
CACHAPUZ, Francisco Barros
CAEIRO, António João
CALVÁRIO, Manuel
CAMILO, João
CAMPINO, Luzia *
CAMPINAS, António Vicente*
CAMPOS, António Joaquim de *
CAMPOS, POSSIDÓNIO SILVA
CANAIS, FERNANDO ANTUNES
CANDEIAS, António Maria
CAPÃO, João Pedro *
CAPILÉ, Cândido
CARMO, ISABEL DO
CARMO, João Azevedo do
CARVALHO, Lino de *
CARVALHO, Herculana da Costa*
CARVALHO, Rui Vaz de
CARVALHO, Vasco de *
CASTELHANO, Ursula Machado
CASTRO, António Teixeira da Silva e *
CASTRO, Francisco Lyon de
CASTRO, MÁRIO DE
CASTRO, RAÚL
CEBOLEIRO, CELESTE
CEBOLEIRO, MARIA JOÃO
CERDEIRA, Álvaro Duarte
CID, Álvaro
CIPRIANO, Francisco Lopes*
COELHO, ANTÓNIO BORGES
COELHO, José Dias
CORREIA, Edgar Maciel
COSTA, Acácio José da
COSTA, Fernando Domingues da
COSTA, Francisco Dias da
COSTA, MARIA ELISA DA
COSTA, Orlando da *
COUTINHO, Gilberto de Magalhães
COUTO, Alberto
CRUZ, Domingos da*
CRUZ, Gilberto*
CUNHA, José António
CUNHAL, Álvaro
ANTÓNIO DINIS CABAÇO
(S.Julião do Tojal, 1903 - 1998)
Ana Paula Assunção, ”A Revolta dos Marinheiros 8 de Setembro de 1936 Testemunho de António Dinis Cabaço”, Boletim Cultural (Câmara Municipal de Loures) 4, 1988
(S.Julião do Tojal, 1903 - 1998)
Ana Paula Assunção, ”A Revolta dos Marinheiros 8 de Setembro de 1936 Testemunho de António Dinis Cabaço”, Boletim Cultural (Câmara Municipal de Loures) 4, 1988
JOÃO FERREIRA CABECINHA
Empregado de escritório, (caixeiro?), activista sindical da sua profissão (Federação Nacional de Empregados do Comércio), com papel determinante na greve de Março de 1918. Tratado como o "velho" e o "pai" da classe nos jornais associativos, Cabecinha era um dos sindicalistas mais prestigiados do PCP, de que foi fundador e de cujos primeiros corpos directivos fez parte. Participou no I Congresso como delegado da Comuna José Fontana, tendo apoiado Rates nos conflitos de 1923. Foi candidato do PCP nas listas da Esquerda Democrática nas eleições legislativas de Novembro de 1925 pelo Círculo Ocidental de Lisboa (teve 2615 votos).
Empregado de escritório, (caixeiro?), activista sindical da sua profissão (Federação Nacional de Empregados do Comércio), com papel determinante na greve de Março de 1918. Tratado como o "velho" e o "pai" da classe nos jornais associativos, Cabecinha era um dos sindicalistas mais prestigiados do PCP, de que foi fundador e de cujos primeiros corpos directivos fez parte. Participou no I Congresso como delegado da Comuna José Fontana, tendo apoiado Rates nos conflitos de 1923. Foi candidato do PCP nas listas da Esquerda Democrática nas eleições legislativas de Novembro de 1925 pelo Círculo Ocidental de Lisboa (teve 2615 votos).
Ana Catarina Simões Mendonça Pinto, A LUTA DE CLASSES EM PORTUGAL (1919-1926). A ESQUERDA REPUBLICANA E O BLOCO RADICAL., Tese de Doutoramento em História Contemporânea, Novembro, 2015
João Cabecinha dizia que o seu ideal era “mais extremista do que a democracia, o ideal dos republicanos da esquerda”, embora julgasse que o abstencionismo do operariado e da pequena burguesia favorecia os interesses das chamadas “forças vivas”632. Afirmava dar a sua força aos elementos progressistas da república para garantir um “princípio de liberdade”633, mas não deixava de referir uma distinção de corpos políticos: “Ainda que se sinta melhor entre as classes operárias, queimará os seus cartuchos na defesa da República, por ser esta a mais avançada garantia das aspirações populares.”634. O meio de um operário ou de um pretenso representante do operariado era entre os operários. Na sessão do Centro Democrático Castelo Branco Saraiva, João Cabecinha era apresentado como o candidato dos trabalhadores, e de novo explicava porque dava o seu apoio à ED, por considerar o parlamento “um excelente campo para fazer vingar os interesses das classes operárias.”. 632 “As forças vivas encontram alento na indiferença do operariado e da pequena burguesia.” (“Propaganda eleitoral da esquerda do PRP”, in O Mundo, 2 de novembro de 1925, p. 1). A CGT respondia denunciando a venalidade eleitoral da aliança dos comunistas com a ED: “O Partido Comunista (...) lança-se na luta eleitoral com um programa reformista, nitidamente anti-moscovita e liga-se aos esquerdistas. (...) E assim constata-se o aparecimento duma ideia política nova composta de duas ideias antagónicas: a comunista que pretende deitar abaixo a sociedade e a esquerdista que quer conservá-la, dotando-a de bases mais sólidas.” (“A venalidade eleitoral. O comunismo-esquerdista e o socialismo-silvista!”, in A Batalha, 5 de novembro de 1925, p. 1). 63 (...) Os empregados no comércio seguiam a mesma lógica propondo João Ferreira Cabecinha para “representante da classe no futuro parlamento.” 642 “(...) reconhece ainda um grupo de empregados do comércio que a lei do descanso semanal não está regulamentada na maior parte das terras do país e que é preciso transformá-la em descanso dominical, conforme resoluções dos congressos corporativos, pois apesar de uma lei das 8 horas de trabalho, os empregados no comércio continuam a trabalhar 12, 14 e mais horas mercê da cumplicidade das autoridades que consentem no desrespeito à lei para não ferirem os interesses do patronato (...). Muitos empregados no comércio não podem nem devem limitar a sua ação à defesa daquelas regalias. Os empregados do comércio têm necessidade de reclamar um salário em conformidade com a divisa cambial sobre Londres e o contrato colectivo do trabalho. Os empregados no comércio para a conquista das duas primeiras regalias, serviram-se de várias armas, desde a luta de classes à reclamação aos poderes constituídos. Para a conquista das segundas, e sem desprezar a luta de classes, de outra arma têm de lançar mão: a luta parlamentar.” ”, “Lista Popular”, in O Mundo, 6 de novembro de 1925 Augusto Rodrigues de Miranda e José Tavares Dos Santos (círculo oriental); João Ferreira Cabecinha e Adalberto da Costa Veiga (círculo ocidental). Estes candidatos tomaram o compromisso escrito, que será arquivado no sindicato, de defenderem no parlamento as reclamações do funcionalismo, quando apresentadas por intermédio do organismo da classe.”, “Propaganda eleitoral”, in O Mundo, 7 de novembro de 1925 |
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JOSÉ CABECINHA
(Montemor-o-Novo, 1911 – Novembro 2003)
Trabalhador rural, militante do PCP desde 1943. Preso em 1947 e em 1949, permaneceu activo na organização local de Montemor-o-Novo. Segundo o Avante! , “ao fazer 90 anos, ofereceu ao Partido 3.950 contos das suas parcas economias”.
Fonte: Avante! , 6-11-2003
Ficha Prisional
(Montemor-o-Novo, 1911 – Novembro 2003)
Trabalhador rural, militante do PCP desde 1943. Preso em 1947 e em 1949, permaneceu activo na organização local de Montemor-o-Novo. Segundo o Avante! , “ao fazer 90 anos, ofereceu ao Partido 3.950 contos das suas parcas economias”.
Fonte: Avante! , 6-11-2003
Ficha Prisional

VASCO CABRAL
(Farim,1926 - Bissau, 2005)
(Farim,1926 - Bissau, 2005)

Helena Pato, FRANCISCO CACHAPUZ ( 1914 - 1993) (Paulo de Castro)
Uma vida de entrega total à defesa da liberdade, à luta contra a tirania e o obscurantismo. Foi preso e deportado, ainda não tinha 20 anos. Integrou as Brigadas Internacionais (1) e viveu longos anos de exílio no Brasil. Foi um dos fundadores na clandestinidade do Partido Socialista Português. 1. Francisco de Barros Cachapuz (com pseudónimo Paulo de Castro) nasceu em Chaves, em Janeiro de 1914, estudou no Porto e depois em Paris. Deve ao seu pai a sua formação humanista e libertária. Foi preso em 1934, quando frequentava a Universidade do Porto e desenvolvia actividades de oposição ao regime do Estado Novo. Levado a julgamento, ainda menor, foi condenado por um tribunal militar. Primeiro cumpriu pena em Peniche e, depois, foi deportado para os Açores, ficando preso no Forte de São João Baptista em Angra do Heroísmo. Quando foi libertado, (pertencendo a uma família com posses), pôde continuar os seus estudos em Paris. Relacionando-se então com importante gente da cultura, frequentou os cursos de Henri Bergson e Lucien Laurat e fez amizade com Georges Politzer (filósofo marxista), que o terá influenciado no seu percurso ideológico. Trabalhou no jornal Le Populaire, onde conheceu Léon Blum. Alistou-se nas Brigadas Internacionais e partiu para a Espanha Republicana. Depois da derrota republicana foi internado nos campos de concentração do sul de França S. Cyprien e Gurs. Em 1940, após a invasão da França pelos alemães, fugiu do campo de Gurs para evitar a deportação e a morte pelos nazis, sendo recebido em Marselha, no sul da França, pelo brasileiro ex-combatente na Espanha, seu amigo Apolónio de Carvalho. Regressou a Portugal por determinação do comité dirigente das Brigadas no campo. Atravessou a Espanha e, ao entrar ilegalmente em Portugal, foi preso e levado para o Aljube, onde ficou detido um ano sem processo. Quando foi libertado, foi-lhe fixada residência em Chaves e no Porto, até ser autorizado a sair para o Brasil, em 1946. Exilou-se nesse país por ser a terra de sua Mãe. 2. No Brasil apoiou sempre o núcleo de democratas portugueses aí exilados. De 1950 a 1952 exerceu o cargo de secretário da Tribuna da Imprensa. No Rio de Janeiro, dirigiu a editora paulista IPÊ e entrou para o Diário de Notícias, onde, a partir de 1955, foi comentarista de política internacional. Foi professor de Ciência Política no Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), instituição criada em 1955 pelo governo brasileiro e fechada pelos militares, em Abril de 1964. Em 1957, a convite do embaixador da França no Brasil, viajou para a Argélia. Tomou posição a favor da luta pela independência daquele país africano, testemunhando de perto os horrores das torturas cometidas pelos franceses em visita a um campo de refugiados na Tunísia. Em 1960, foi chefe da sucursal da agência de notícias cubana Prensa Latina no Rio de Janeiro. Entre 1965 e 1969, foi editorialista do principal jornal de oposição ao regime militar, o Correio da Manhã, escrevendo sempre sobre política internacional. Após o encerramento deste jornal, em 1970, e do Diário de Notícias, em 1973, foi colaborador da Folha de São Paulo e de O Globo. Paralelamente, foi professor do Centro de Estudos Afro-Asiáticos da Faculdade Cândido Mendes. Após a Revolução de 25 de Abril foi nomeado em Portugal Conselheiro Cultural da embaixada de Portugal no Brasil, cargo que exerceu até 1980. Nesta função, abriu o Palácio de São Clemente, no Rio de Janeiro, para conferências, recitais de música e exposições com artistas e intelectuais portugueses e brasileiros. Depois, trabalhou como colunista da Folha de S. Paulo e do Diário de Notícias de Lisboa. Faleceu em Novembro de 1993, no Rio de Janeiro. Deixou quatro filhos: António Francisco Cachapuz, professor universitário, fruto do primeiro casamento em Portugal; Paulo Brandi (historiador), José Augusto (médico, falecido em 1994) e Andréa (professora), do segundo casamento no Brasil com a professora Ethel Moretzsohn Brandi. Foi diversas vezes condecorado pelo governo português e por governos de outros países. Em Portugal foi agraciado, em 1983, com a Ordem Militar de Santiago de Espada e, em 1985, com a Ordem Militar Infante D. Henrique, sempre como grau de Comendador. Em Chaves, sua terra natal, continua recordado, e foi igualmente condecorado, sob proposta da Câmara Municipal, com a Medalha de Prata de Mérito da cidade. 3. Livros publicados no Brasil – Camilo Castelo Branco (estudo crítico). Agir, Rio de Janeiro, 1957. – Terceira força. Fundo de Cultura. Rio de Janeiro, 1958. – Subdesenvolvimento e revolução. Fundo de Cultura. Rio de Janeiro, 1962. – O conflito judeu-árabe e a coexistência pacífica. Felman-Rêgo.São Paulo, 1963. – Feira dos Dogmas. Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro, 1965. – Rosa Luxemburg. Forum Editora, 1968. – Do colonialismo de Israel à libertação da Palestina. Forum Editora, Rio de Janeiro, 1969. – Argélia, a terra e o homem. Forum Editora. Rio de Janeiro, 1971. – Alexandre, o Grande (em colaboração com Ethel Brandi Cachapuz). São Paulo, Editora Três, 1973. (1) Voluntários estrangeiros que durante a Guerra Civil Espanhola lutaram do lado da República, contra as tropas de Franco. As Brigadas Internacionais perderam cerca de 10000 voluntários em combate. Helena Pato Fontes (facultadas por Alberto Ferreira): - Associação Brasileira de Imprensa, em http://portalimprensa.com.br/…/abi+fara+tributo+a+paulo+de+… - António Roque, em http://chaves.blogs.sapo.pt/508411.html |
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ANTÓNO VICENTE CAMPINAS
A. Vicente Campinas. Gritos da Fortaleza, s..l., Jornal do Algarve, 1981
A.Vicente Campinas, ”Alojamento “” no Aljube custava 10$00 por dia “ Jornal de Noticias , 1/V/1986
A. Vicente Campinas. Gritos da Fortaleza, s..l., Jornal do Algarve, 1981
A.Vicente Campinas, ”Alojamento “” no Aljube custava 10$00 por dia “ Jornal de Noticias , 1/V/1986

POSSIDÓNIO SILVA CAMPOS
Oposicionista muito activo na segunda metade dos anos cinquenta em Alcácer do Sal, em particular durante a campanha de Humberto Delgado. Depois do 25 de Abril (?) aderiu ao PCP de cuja Comissão Concelhia fez parte, trabalhando na área da difusão da imprensa comunista.
FONTES:
Avante!, 16 de Fevereiro de 2006.
Oposicionista muito activo na segunda metade dos anos cinquenta em Alcácer do Sal, em particular durante a campanha de Humberto Delgado. Depois do 25 de Abril (?) aderiu ao PCP de cuja Comissão Concelhia fez parte, trabalhando na área da difusão da imprensa comunista.
FONTES:
Avante!, 16 de Fevereiro de 2006.

FERNANDO ANTUNES CANAIS
(Torres Novas, 1935 – Leiria, 2011)r
Militante do PCP desde 1960. Preso em 1961, passou pelas cadeias de Caxias e Peniche, e foi libertado em 1967. Saiu da sua terra natal para Leiria, onde foi técnico metalúrgico na Cerâmica do Lis. Depois do 25 de Abril teve vários cargos autárquicos (vereador na Comissão Administrativa da Câmara de Leiria (1974-6), membro da Assembleia Municipal de Leiria, da Assembleia de Freguesia de Marrazes). Como membro do PCP fez parte da Comissão Concelhia (1974-2003) , da DOR de Leiria e da Comissão Promotora das Comemoracöes do 25 de Abril, sendo muito activo na Festa do Avante!.
FONTES:
Avante!, 13 de Outubro de 2011.
Região de Leiria, 14 de Outubro de 2011.
ANTT – PT/TT/PIDE/E/010/124/24661
ANTT – PIDE, Serviços Centrais, Registo Geral de Presos, liv. 124, registo n.º 24661
(Torres Novas, 1935 – Leiria, 2011)r
Militante do PCP desde 1960. Preso em 1961, passou pelas cadeias de Caxias e Peniche, e foi libertado em 1967. Saiu da sua terra natal para Leiria, onde foi técnico metalúrgico na Cerâmica do Lis. Depois do 25 de Abril teve vários cargos autárquicos (vereador na Comissão Administrativa da Câmara de Leiria (1974-6), membro da Assembleia Municipal de Leiria, da Assembleia de Freguesia de Marrazes). Como membro do PCP fez parte da Comissão Concelhia (1974-2003) , da DOR de Leiria e da Comissão Promotora das Comemoracöes do 25 de Abril, sendo muito activo na Festa do Avante!.
FONTES:
Avante!, 13 de Outubro de 2011.
Região de Leiria, 14 de Outubro de 2011.
ANTT – PT/TT/PIDE/E/010/124/24661
ANTT – PIDE, Serviços Centrais, Registo Geral de Presos, liv. 124, registo n.º 24661
ALICE CAPELA
«Jovens tipógrafos clandestinos», Avante!, 12/2/81
[Depoimentos de Alice Capela, Carlos Pires, Veríssima Rodrigues e Maria Machado.]
«Jovens tipógrafos clandestinos», Avante!, 12/2/81
[Depoimentos de Alice Capela, Carlos Pires, Veríssima Rodrigues e Maria Machado.]
Helena Pato, ALICE CAPELA (N. 1941) Esta é uma extraordinária história de vida na Resistência, que começou na infância e só terminou com a Revolução: décadas de coragem e dedicação ao trabalho clandestino nas tipografias do PCP, e cinco anos passados na prisão de Caxias. De cada vez que “formavam uma casa clandestina”, os “funcionários” tinham de inventar um novo perfil de vida familiar. Alice, levada para a clandestinidade com 12 anos, viu interpretar e assumiu muitos personagens. Com 13 anos viveu o primeiro duro golpe: o pai foi preso, muito torturado, e condenado a nove anos de cadeia. Sozinha com a mãe, fugiram para um “ponto de apoio do partido” e, pouco depois, teriam de se separar. Sem descanso, Alice seguiu na luta, foi presa, muito torturada pela PIDE, impedida de contactar o filho e o marido e condenada em Tribunal Plenário a anos de prisão. A vida de Alice está entrelaçada com a história das tipografias clandestinas do Partido Comunista Português. 1. Maria Alice Diniz Parente Capela é uma mulher doce e forte. Nasceu frágil na Póvoa de Santa Iria, em 1941, filha e neta de militantes do PCP. O pai, operário, era militante, assim como a mãe, e a avó. Apesar dos seus escassos meios de subsistência, tudo o que tinham era disponibilizado ao partido e a sua casa um “ponto de apoio” para a luta clandestina. O pai de Alice entrou para a clandestinidade quando ela tinha 10 anos. A mulher e a filha segui-lo-iam um ano depois. Aos 12 anos, Alice já estava numa “casa do partido”: «Éramos três filhos e não pudemos ir todos. Como eu era fraquita dos pulmões fui eu, com grande dor da minha mãe». A avó de Alice, também operária, ficou com os outros dois netos, de 13 e sete anos (1). Aos 16 anos, em 1957, começou a trabalhar numa tipografia clandestina. Em 1958, foi com a mãe para uma casa clandestina, onde também vivia Joaquim Carreira (2). Depois da prisão deste, foi viver sozinha com Adelino Pereira da Silva. Quando tinha 18 anos, Dias Lourenço, histórico dirigente do PCP, levou-a para viver numa casa com Adelino Pereira da Silva e disse-lhes que simulassem um casal. Ao fim de três meses eram companheiros de facto (3). Seguiu-se o inevitável numa altura em que não havia ainda a pílula e a contracepção era bastante falível: engravidou. Em 1960 teve o seu único filho, Alfredo _ um parto em casa, com grandes dificuldades. Nas casas clandestinas por onde passou, Alice (pseudónimo Olga, em homenagem à companheira de Carlos Prestes) teve como tarefas principais apoiar o trabalho dos camaradas da Direcção do Partido, dactilografando textos e colaborando com artigos para as edições " 3 Páginas " e "A Voz das Camaradas". Foram-lhe criadas condições especiais para estas tarefas. Os camaradas arranjaram-lhe uma máquina de escrever e fizeram uma caixa em madeira com tampa amovível e com um visor em vidro, toda acolchoada interiormente (para evitar a propagação do barulho) e onde se encaixava a máquina, ficando apenas de fora o teclado assente numa base também acolchoada e o manípulo para fazer correr o carrinho do teclado. Outra das tarefas de Alice nas tipografias era a de revisora de provas, depois da impressão da folha ou folhas de prova. Anos depois, em Janeiro de 1963, ela e o companheiro desconfiaram que estavam prestes a ser descobertos (4) e saíram precipitadamente da casa que habitavam, levando as roupas e os papéis importantes. Porém, chegados à casa nova, Adelino deu conta de que esquecera documentos importantes e, embora contrariado pela companheira, voltou atrás, sendo então preso. Após a prisão do companheiro, durante o ano de 1963, Alice passou por várias casas “pontos de apoio”, até acabar por voltar a juntar-se à mãe numa casa que funcionava como tipografia [ onde se imprimia a propaganda e a imprensa clandestina do PCP]. Nessa casa ilegal da Damaia residiram Alice, a criança de dois anos, a sua mãe, Aurora Piedade Diniz, e Duarte Pinto. Em 1964, os três mudaram para a Charneca do Lumiar, onde funcionava uma outra tipografia clandestina e foi então que Alice ensinou Duarte a compor e imprimir. Ali ficaram nessas actividades - o filho, com quatro anos, “estava muito bem instruído, e muito cedo percebeu os cuidados que tinha de ter” - até que, em Dezembro de 1964, foram presos (5). 2. Levados para Caxias, ela e a mãe foram juntas numa mesma cela e com o menino. Alice andava sempre com o filho, mesmo para os interrogatórios. Até que a polícia a avisou de que se não arranjasse ninguém para ficar com ele, o davam para um asilo. Alice não sabia a quem o entregar, já que todos estavam presos: o pai da criança (Adelino), os avós maternos e os avós paternos. Contactou o irmão mais velho, já casado, pediu-lhe que ficasse com o pequeno e ele assentiu. Passados 15 dias o tio trouxe-o à visita, no parlatório, mas Alice não foi autorizada nem sequer a dar-lhe um beijo. «Disse-lhe que tinha muitas saudades e ele respondeu: Já conheço o paizinho. O paizinho é bonito». O tio tinha-o levado a Peniche para conhecer o pai. Torturam-na, mas Alice não falou, não disse nada. «Estive cinco dias e cinco noites na tortura do sono. Não me podia sentar, nem deitar, tinha alucinações, via uma carantonha a sair da parede e depois via o meu bebé e estava a embalá-lo. Desatei aos gritos e eles enfiaram-me uma toalha molhada na cabeça. Eu gritava “assassinos, assassinos” e eles esbofeteavam-me, davam-me murros, atiravam-me contra a parede, insultavam-me, “puta, cabra”, diziam que eu estava amantizada com fulano de tal e que já tinham dito ao meu companheiro. “Ao teu filho vais vê-lo morto” e eu pensava nele (…). Queria ficar louca para aquilo terminar. Depois mudaram de táctica, apareceu um tipo que era a cara do Adelino, eu sabia que era um pide, mas ele com muitas amabilidades, a ver se me fazia falar, com aquela delicadeza era perigoso, com outras podia resultar, mas eu desde pequenina que tinha sido avisada daquilo tudo. Sempre disse que tinha ideia de que se fosse presa não falaria nunca, que tinha a certeza que não ia falar. O que me dava força era ouvir aqueles gritos dos nossos camaradas presos em Caxias que viam que eu estava a sair e que não tinha falado». O sofrimento de Alice deixou-lhe marcas profundas (6). Estava presa no Forte de Caxias há um ano e meio quando, no dia 6 de Abril de 1966, casou com Adelino Pereira da Silva, então a cumprir pena na Cadeia do Forte de Peniche. A ditadura fascista não reconhecia como legítimos filhos gerados fora de um casamento, pelo que ou Alice e Adelino oficializavam a sua união ou não podiam ver o filho. «Tivemos que nos casar por procuração, ele na prisão de Peniche, eu na prisão de Caxias». Não se viram no dia do casamento. Só depois de casar puderam começar a corresponder-se. As cartas, entre a cadeia de Caxias, onde ela se encontrava presa e o Forte de Peniche, onde ele estava, eram quase exclusivamente sobre o filho, Alfredo, que foi andando de casa em casa, acolhido por familiares e amigos. Alice esteve presa cinco anos e saiu em liberdade condicional em Setembro de 1969, depois Adelino. Quando foi libertada o filho tinha quase 10 anos. «Foi muito estranho, não sabia o que fazer, apanhei um táxi para Entrecampos e de lá o comboio para a Póvoa de Santa Iria, e falava alto com as pessoas no comboio, era a hora a que regressavam do trabalho, dizia o que me tinha acontecido… Bati à porta, o Alfredo vem a correr e agarrámo-nos ao pescoço um do outro e rodámos, rodámos, rodámos, ele dizia: “mãezinha, mãezinha, há tanto tempo que eu não tinha mãezinha”. Corriam os últimos meses de 1970 quando Alice, Adelino e o filho se juntaram novamente, agora na legalidade, e puderam ter uma vida normal. Após a sua libertação, Alice fora viver para a Póvoa de Santa Iria e, após a libertação de Adelino, foram ambos residir para o Barreiro. Deu-se o 25 de Abril quando iam passar de novo à luta clandestina. Já não foi preciso. (1) «Como eu era fraquita dos pulmões fui eu, com grande dor da minha mãe. (…) Foi um grande sofrimento para os meus irmãos, na cabeça deles a minha mãe escolheu-me a mim. Compreendo-os muito bem, os meus irmãos e todos os filhos de funcionários que tiveram de ser separados dos pais foram jovens que sofreram muito.» (2) Joaquim Augusto da Cruz Carreira foi provavelmente o homem que manteve , durante mais tempo, ininterruptamente, uma tipografia clandestina a funcionar. [Para além de muitos anos de clandestinidade, conheceu por várias vezes as agruras do cárceres fascistas, totalizando 9 anos de prisão, em Caxias e Peniche]. (3)Dias Lourenço tinha pedido a Adelino Pereira da Silva que montasse uma casa clandestina, e explicou-lhe que vinha morar com ele uma mulher. Quando chegou à rua combinada, Adelino Pereira da Silva viu ao longe Alice com Dias Lourenço. E ela, ao vê-lo, pensou “que não podia ser aquele rapaz, não devia ser, seria demasiada sorte” - achou-o bonito. (4)O traidor que denunciou Adelino e outros membros do PCP estava ligado ao sector estudantil, (Pedro Manuel). A PIDE tê-lo-á enviado para uma das colónias. (5) Era a madrugada de 13 de Dezembro de 1964 quando lhes batem à porta. À pergunta «quem é?», do lado de fora respondem que é o leiteiro, mas «Àquela hora não podia ser, percebemos logo do que se tratava, e começámos a queimar os papéis. Nisto nove homens arrombam a porta com um pé de cabra e apontam-me uma arma, “Mãos no ar, somos da PIDE”. Eu e a minha mãe começámos a gritar quem éramos e o que se estava a passar para os vizinhos ouvirem. Mas eu não queria fazer muito barulho para não assustar o meu pequenino, de olhos esbugalhados a olhar para aqueles homens armados». (6) «Não gosto de me lembrar disto, são memórias muito duras. Eu preparei-o, fazia-lhe um grande teatro, dizia que nos íamos encontrar depressa. No momento da separação, nas escadarias de Caxias, (…) ele gritava, os olhos cheios de lágrimas, deu um pontapé ao pide, que lhe respondeu com uma bofetada e eu gritei “bata-me a mim, mas não bata ao meu filho” e (…) dizia: “a mãezinha adora-te, depois quando sairmos daqui vamos fazer uma festa e a mãe vai contar-te muitas histórias”. Era pelo meu filho que fazia aquilo. Subia a escada e ouvia os gritos do Alfredo ao fundo». Helena Pato In: http://www.publico.pt/…/ha-vidas-inteiras-que-contam-a-hist…;https://estudossobrecomunismo2.wordpress.com/.../irene.../; http://www.delas.pt/ate-amanha-mae/ Biografia de Adelino Pereira da Silva |
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JOÃO PEDRO CAPÃO
(1923 – Torres Vedras, 11/12/2004).
PCP
MUDJ
Esteve preso.
Avante!, 16 de Dezembro de 2004.
(1923 – Torres Vedras, 11/12/2004).
PCP
MUDJ
Esteve preso.
Avante!, 16 de Dezembro de 2004.
CÂNDIDO CAPILÉ

HERCULANA DA COSTA CARVALHO
RUI VAZ DE CARVALHO
José Maria Carvalho Ferreira, "Rui Vaz de Carvalho", Utolpia, 16
José Maria Carvalho Ferreira, "Rui Vaz de Carvalho", Utolpia, 16
URSULA MACHADO CASTELHANO
Natural de Vale do Vargo, concelho de Serpa, era casada com José Lobato Pulquério, com quem esteve, na semi-clandestinidade desde 1957 e na clandestinidade desde 1960, ocupando-se de uma casa clandestina-tipografia do Avante! Foi presa, pela primeira vez, com o marido e uma filha de 14 anos, na Damaia, em 20 de Agosto de 1968, no mesmo dia em que foram presos Rosalina Labaredas e Francisco Canais Rocha. Torturada, foi, depois, enviada para Caxias, onde esteve seis meses sem ser julgada. Foi condenada, em 6 de Março de 1969, a dois anos no primeiro julgamento, mas, como tinha BI falso, foi novamente julgada e sentenciada a mais dois anos, sendo sentenciada, em cúmulo jurídico, a uma pena de quatro anos e três meses. Segundo contou, ficou muito mal, quis matar-se, puseram-na maluca e foi parar ao Hospital de Miguel Bombarda, em 17 de Junho de 1972. No entanto, apenas foi solta condicionalmente, em 20 de Novembro desse ano.
Natural de Vale do Vargo, concelho de Serpa, era casada com José Lobato Pulquério, com quem esteve, na semi-clandestinidade desde 1957 e na clandestinidade desde 1960, ocupando-se de uma casa clandestina-tipografia do Avante! Foi presa, pela primeira vez, com o marido e uma filha de 14 anos, na Damaia, em 20 de Agosto de 1968, no mesmo dia em que foram presos Rosalina Labaredas e Francisco Canais Rocha. Torturada, foi, depois, enviada para Caxias, onde esteve seis meses sem ser julgada. Foi condenada, em 6 de Março de 1969, a dois anos no primeiro julgamento, mas, como tinha BI falso, foi novamente julgada e sentenciada a mais dois anos, sendo sentenciada, em cúmulo jurídico, a uma pena de quatro anos e três meses. Segundo contou, ficou muito mal, quis matar-se, puseram-na maluca e foi parar ao Hospital de Miguel Bombarda, em 17 de Junho de 1972. No entanto, apenas foi solta condicionalmente, em 20 de Novembro desse ano.
FRANCISCO LYON DE CASTRO
“Francisco Lyon De Castro (1914 — 2004)”, Publicações Europa-América
Francisco Lyon de Castro, Entrevista ao Diário de Noticias, 18/1/1977
[Sobre o 18 de Janeiro de 1934.]
Mário de Mattos e Lemos, “Lyon de Castro: a saudade”, Diário de Notícias, 23/4/2004.
António Melo, “O adeus de Lyon de Castro, o “pequeno grande homem” das Publicações Europa-América”. Público, 14/4/2004
António Melo, “O “Império” das Publicações Europa-América”. Público, 14/4/2004
José Pacheco Pereira, “Lyon de Castro, Piteira Santos, o “Ler” e o PCP”, Público, 15/4/2004; 22/4/2004
Maria Augusta Silva, “O homem que editou “escritores malditos”, Diário de Notícias, 12/4/2004
“Francisco Lyon De Castro (1914 — 2004)”, Publicações Europa-América
Francisco Lyon de Castro, Entrevista ao Diário de Noticias, 18/1/1977
[Sobre o 18 de Janeiro de 1934.]
Mário de Mattos e Lemos, “Lyon de Castro: a saudade”, Diário de Notícias, 23/4/2004.
António Melo, “O adeus de Lyon de Castro, o “pequeno grande homem” das Publicações Europa-América”. Público, 14/4/2004
António Melo, “O “Império” das Publicações Europa-América”. Público, 14/4/2004
José Pacheco Pereira, “Lyon de Castro, Piteira Santos, o “Ler” e o PCP”, Público, 15/4/2004; 22/4/2004
Maria Augusta Silva, “O homem que editou “escritores malditos”, Diário de Notícias, 12/4/2004

MÁRIO DE CASTRO
NO ARQUIVO EPEHMERA

RAÚL CASTRO
ÁLVARO JOSÉ TRINDADE CID
Álvaro José da Trindade Cid (1903-1976) nasceu em Monforte e tem um trajecto existencial de inegável importância, dado o seu carácter intrinsecamente contestatário, num tempo em que ser anti-fascista era salvo-conduto para a anulação pessoal. Como as pessoas comuns, que não adquirem estatuto visível no domínio do grande público, Álvaro Cid atravessa a história do século XX, em Portugal, sem que se dê por ele, mas fica a sua indelével marca na vida sócio-política da vila de Monforte. Como sempre, para além dos grandes mitos e dos «heróis» consensuais, a história é feita de pessoas iguais ao comum dos mortais, decisivas, contudo, para o processo dessa mesma história.
Álvaro Cid continua a ocupar uma posição obscura na história do antifascismo português, até pelos poucos registos que nos são dados conhecer. Não sabemos se foi membro do Partido Comunista Português, embora tenha sido perseguido pela PIDE/DGS por esse motivo; sabemos, contudo, que esteve sempre longe de ser conotado com o situacionismo e que pugnou pelos direitos dos trabalhadores, que, reconhecidos, o levaram em ombros até à sua morada final, numa urna coberta pela bandeira do PCP.
Álvaro Cid nasceu num dia 3 de Dezembro de 1903, filho do comerciante José Maria Cid, um antifascista de raiz republicana, e de Rosa Emília da Trindade Cid. O pai fora Presidente da Câmara Municipal de Monforte e, em sua casa, chegou a promover actividade política, destacando-se o comício de apoio ao Dr. Arlindo Vicente, feito no quintal, com os oradores instalados na varanda. O carácter antifascista do pai, a sua própria admissão na C.M. de Monforte como funcionário e a sua posterior expulsão, por motivos políticos, moldaram o seu temperamento e instigaram-lhe a vontade de pugnar pelo estado democrático, o que lhe valeu ter tido adversários políticos e perseguições várias.
Casado e com quatro filhos, Álvaro trabalhava no Assumar, na «Casa Vaquinhas», pertença de Francisco José Vaquinhas, homem de grande dignidade e respeitador dos direitos dos trabalhadores, reconhecendo no seu empregado uma figura de elevado valor. Na altura, Álvaro integrava as fileiras das instalações fabris, onde se produzia gasogénio e «brikets». No Assumar, um Professor Primário (JVTT), representante da União Nacional, ter-se-á apercebido das tendências políticas de Álvaro e chegou a agredi-lo, ameaçando-o de o «dar como comunista». No dia seguinte, foi preso. Estávamos nos finais dos anos 30, por alturas do Natal e isso repercutiu-se negativamente na casa de Álvaro. Ao Professor Primário valeu-lhe passar a ser alcunhado publicamente de «o canalha». Já depois deste incidente, «o canalha» voltou a perseguir várias vezes Álvaro, com difamações e perjúrios, quase sempre por alturas de eleições ou do 1º de Maio. Álvaro era já um agitador político, que reunia em casa o Coronel Velez Caroço, o Dr. Manuel Portilheiro e o Dr. Florindo Madeira, todos conotados com a oposição. Aliás, o Dr. Florindo Madeira estudara em Coimbra com Álvaro Cid, sendo correligionários. A este propósito, diga-se que Álvaro Cid, por razões pouco claras, não terminou o antigo 7º ano (actual 11º), tendo estudado em Coimbra e Lisboa, onde contactou com grupos da oposição salazarista.
Entre os anos 30 e 40, fez propaganda política nos concelhos de Arronches, Monforte e Campo Maior, de mota, que comprou para o efeito, altura em que distribuía clandestinamente o jornal Avante!. Chegou, inclusive a ser um amigo íntimo de Álvaro Cunhal, que recebeu mais do que uma vez, em sua casa, em Monforte. Mais tarde tornou-se viajante, ao serviço da Casa João Camillo Alves, em negócios de distribuição de vinhos.
Das várias vezes que foi preso, recorda-se um caso em que, desprevenido, já dentro do jeep da GNR, metia à boca o retrato de Lenine e o comia, para não sofrer represálias maiores; chegado a Alter do Chão, simulou uma dor intestinal e despachou o ícone revolucionário, que lhe poderia valer uma entrada na «frigideira» do Tarrafal. Quando foi detido pela última vez, em 1951, residia já em Évora e era funcionário da Casa Camillo Alves: os dois elementos da PIDE, Silva e Candeias, deram-lhe voz de prisão, ao que Álvaro retorquiu que na sua consciência nada lhe pesava, querendo saber o motivo da detenção. Tendo o Sr. Candeias dito que o motivo era político, Álvaro não hesitou e respondeu «Estou ao vosso inteiro dispor. Se me permitirem, vou-me despedir de minha mulher e de meus filhos». Ouviram-se-lhe ainda estas palavras: «Coragem, Maria! Coragem, rapazes! O pai voltará!». Seguiu para o Aljube, sendo quase todos os dias interrogado na António Maria Cardoso (com sevícias brutais: colocado sobre bancos de cozinha, encandeado por lâmpadas de 500 velas, espancado e com os dedos esmagados, ao som das gargalhadas dos algozes). Depois foi transferido para Caxias, onde só a mulher o podia visitar. Foi numa das celas que fez o célebre dominó: um dominó com dezenas de peças, construído com miolo de pão e que faz hoje parte do espólio museológico da C.M. de Monforte. Durante os 14 meses de cativeiro, o viajante substituto entregava à mulher de Cid o respectivo ordenado, para não comprometer a casa que lhe dava emprego.
Sabe-se que em 1971, por documento pertença da C.M. de Monforte, a PIDE/ DGS enviara um ofício confidencial ao então Presidente de Câmara, Sr. José Maria Soeiro Romão. Ali se apresentavam os dados de Álvaro e lia-se uma breve nota: «É elemento que professa ideias comunistas. Em, 29 Abr. 1971». Cerca de 3 anos depois, a revolução permite-lhe imaginar que o seu passado não foi em vão e que, em sacrifício do seu bem-estar e do dos seus familiares, a sua dignidade mantinha-se, pois nunca se vergara ao regime salazarista.
Em Maio de 1974 torna-se Presidente da Comissão Administrativa e foi no exercício das suas funções que veio a falecer, no Hospital de S. José, em 1976, com 73 anos.
Durante grande parte da sua vida, escreveu artigos para o «A República», «O Século», e para periódicos mais modestos como o «Notícias da Amadora» ou «A Rabeca» de Portalegre. Sabe-se que nunca se tomou de rancores e que tratou os seus inimigos sempre como adversários políticos. Escolheu, porém, o lado da barricada mais difícil. Com isso, não teve os privilégios que poderia ter alcançado, mas alcançou aquele que é o mais caro: a dignidade da consciência.
Chegado de Lisboa, para ser sepultado, os trabalhadores de Monforte retiraram-no do carro onde seguia, carregando-o em ombros. Álvaro Cid não quis cerimónias religiosas. Mas não prescindiu da bandeira comunista sobre a sua urna. Sofreu por delito de opinião e os seus crimes foram apenas as suas crenças. Esteve preso porque pensava doutra maneira, numa sociedade atrasada e periférica que nunca prezou inovações, caracterizada por uma cultura de repressão e exclusão. Álvaro afrontou essa repressão. Desta coragem é feita a massa dos homens desassombrados. Poucos, mas imprescindíveis. Monforte deve reconhecer-lhe o lugar que merece, porque é exemplo para as novas gerações. A escola é o lugar onde o seu nome deve começar a ser estudado e descoberto. Para que não falte nenhuma peça do dominó.
Espanta-nos que a História esteja aqui mesmo a um passo.
Fontes:
Câmara Municipal de Monforte;
Coronel Matos Serra;
Daniel Balbino;
Francisco Cid (filho de Álvaro Cid)
*
António Jacinto Pascoal (Professor da Escola Básica de Monforte)
Álvaro José da Trindade Cid (1903-1976) nasceu em Monforte e tem um trajecto existencial de inegável importância, dado o seu carácter intrinsecamente contestatário, num tempo em que ser anti-fascista era salvo-conduto para a anulação pessoal. Como as pessoas comuns, que não adquirem estatuto visível no domínio do grande público, Álvaro Cid atravessa a história do século XX, em Portugal, sem que se dê por ele, mas fica a sua indelével marca na vida sócio-política da vila de Monforte. Como sempre, para além dos grandes mitos e dos «heróis» consensuais, a história é feita de pessoas iguais ao comum dos mortais, decisivas, contudo, para o processo dessa mesma história.
Álvaro Cid continua a ocupar uma posição obscura na história do antifascismo português, até pelos poucos registos que nos são dados conhecer. Não sabemos se foi membro do Partido Comunista Português, embora tenha sido perseguido pela PIDE/DGS por esse motivo; sabemos, contudo, que esteve sempre longe de ser conotado com o situacionismo e que pugnou pelos direitos dos trabalhadores, que, reconhecidos, o levaram em ombros até à sua morada final, numa urna coberta pela bandeira do PCP.
Álvaro Cid nasceu num dia 3 de Dezembro de 1903, filho do comerciante José Maria Cid, um antifascista de raiz republicana, e de Rosa Emília da Trindade Cid. O pai fora Presidente da Câmara Municipal de Monforte e, em sua casa, chegou a promover actividade política, destacando-se o comício de apoio ao Dr. Arlindo Vicente, feito no quintal, com os oradores instalados na varanda. O carácter antifascista do pai, a sua própria admissão na C.M. de Monforte como funcionário e a sua posterior expulsão, por motivos políticos, moldaram o seu temperamento e instigaram-lhe a vontade de pugnar pelo estado democrático, o que lhe valeu ter tido adversários políticos e perseguições várias.
Casado e com quatro filhos, Álvaro trabalhava no Assumar, na «Casa Vaquinhas», pertença de Francisco José Vaquinhas, homem de grande dignidade e respeitador dos direitos dos trabalhadores, reconhecendo no seu empregado uma figura de elevado valor. Na altura, Álvaro integrava as fileiras das instalações fabris, onde se produzia gasogénio e «brikets». No Assumar, um Professor Primário (JVTT), representante da União Nacional, ter-se-á apercebido das tendências políticas de Álvaro e chegou a agredi-lo, ameaçando-o de o «dar como comunista». No dia seguinte, foi preso. Estávamos nos finais dos anos 30, por alturas do Natal e isso repercutiu-se negativamente na casa de Álvaro. Ao Professor Primário valeu-lhe passar a ser alcunhado publicamente de «o canalha». Já depois deste incidente, «o canalha» voltou a perseguir várias vezes Álvaro, com difamações e perjúrios, quase sempre por alturas de eleições ou do 1º de Maio. Álvaro era já um agitador político, que reunia em casa o Coronel Velez Caroço, o Dr. Manuel Portilheiro e o Dr. Florindo Madeira, todos conotados com a oposição. Aliás, o Dr. Florindo Madeira estudara em Coimbra com Álvaro Cid, sendo correligionários. A este propósito, diga-se que Álvaro Cid, por razões pouco claras, não terminou o antigo 7º ano (actual 11º), tendo estudado em Coimbra e Lisboa, onde contactou com grupos da oposição salazarista.
Entre os anos 30 e 40, fez propaganda política nos concelhos de Arronches, Monforte e Campo Maior, de mota, que comprou para o efeito, altura em que distribuía clandestinamente o jornal Avante!. Chegou, inclusive a ser um amigo íntimo de Álvaro Cunhal, que recebeu mais do que uma vez, em sua casa, em Monforte. Mais tarde tornou-se viajante, ao serviço da Casa João Camillo Alves, em negócios de distribuição de vinhos.
Das várias vezes que foi preso, recorda-se um caso em que, desprevenido, já dentro do jeep da GNR, metia à boca o retrato de Lenine e o comia, para não sofrer represálias maiores; chegado a Alter do Chão, simulou uma dor intestinal e despachou o ícone revolucionário, que lhe poderia valer uma entrada na «frigideira» do Tarrafal. Quando foi detido pela última vez, em 1951, residia já em Évora e era funcionário da Casa Camillo Alves: os dois elementos da PIDE, Silva e Candeias, deram-lhe voz de prisão, ao que Álvaro retorquiu que na sua consciência nada lhe pesava, querendo saber o motivo da detenção. Tendo o Sr. Candeias dito que o motivo era político, Álvaro não hesitou e respondeu «Estou ao vosso inteiro dispor. Se me permitirem, vou-me despedir de minha mulher e de meus filhos». Ouviram-se-lhe ainda estas palavras: «Coragem, Maria! Coragem, rapazes! O pai voltará!». Seguiu para o Aljube, sendo quase todos os dias interrogado na António Maria Cardoso (com sevícias brutais: colocado sobre bancos de cozinha, encandeado por lâmpadas de 500 velas, espancado e com os dedos esmagados, ao som das gargalhadas dos algozes). Depois foi transferido para Caxias, onde só a mulher o podia visitar. Foi numa das celas que fez o célebre dominó: um dominó com dezenas de peças, construído com miolo de pão e que faz hoje parte do espólio museológico da C.M. de Monforte. Durante os 14 meses de cativeiro, o viajante substituto entregava à mulher de Cid o respectivo ordenado, para não comprometer a casa que lhe dava emprego.
Sabe-se que em 1971, por documento pertença da C.M. de Monforte, a PIDE/ DGS enviara um ofício confidencial ao então Presidente de Câmara, Sr. José Maria Soeiro Romão. Ali se apresentavam os dados de Álvaro e lia-se uma breve nota: «É elemento que professa ideias comunistas. Em, 29 Abr. 1971». Cerca de 3 anos depois, a revolução permite-lhe imaginar que o seu passado não foi em vão e que, em sacrifício do seu bem-estar e do dos seus familiares, a sua dignidade mantinha-se, pois nunca se vergara ao regime salazarista.
Em Maio de 1974 torna-se Presidente da Comissão Administrativa e foi no exercício das suas funções que veio a falecer, no Hospital de S. José, em 1976, com 73 anos.
Durante grande parte da sua vida, escreveu artigos para o «A República», «O Século», e para periódicos mais modestos como o «Notícias da Amadora» ou «A Rabeca» de Portalegre. Sabe-se que nunca se tomou de rancores e que tratou os seus inimigos sempre como adversários políticos. Escolheu, porém, o lado da barricada mais difícil. Com isso, não teve os privilégios que poderia ter alcançado, mas alcançou aquele que é o mais caro: a dignidade da consciência.
Chegado de Lisboa, para ser sepultado, os trabalhadores de Monforte retiraram-no do carro onde seguia, carregando-o em ombros. Álvaro Cid não quis cerimónias religiosas. Mas não prescindiu da bandeira comunista sobre a sua urna. Sofreu por delito de opinião e os seus crimes foram apenas as suas crenças. Esteve preso porque pensava doutra maneira, numa sociedade atrasada e periférica que nunca prezou inovações, caracterizada por uma cultura de repressão e exclusão. Álvaro afrontou essa repressão. Desta coragem é feita a massa dos homens desassombrados. Poucos, mas imprescindíveis. Monforte deve reconhecer-lhe o lugar que merece, porque é exemplo para as novas gerações. A escola é o lugar onde o seu nome deve começar a ser estudado e descoberto. Para que não falte nenhuma peça do dominó.
Espanta-nos que a História esteja aqui mesmo a um passo.
Fontes:
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Coronel Matos Serra;
Daniel Balbino;
Francisco Cid (filho de Álvaro Cid)
*
António Jacinto Pascoal (Professor da Escola Básica de Monforte)

FRANCISCO LOPES CIPRIANO
Registo Geral de Presos - Peniche
Francisco Lopes Cipriano Func. Público / Emp. Escritório 05-08-1958 01-09-1959 Averiguações Liberdade condicional 20290
Francisco Lopes Cipriano - Nova entrada " 24-03-1964 16-05-1964 " Transferido 20290
Francisco Lopes Cipriano - Nova entrada " 22-07-1964 17-08-1966 " " 20290
Francisco Lopes Cipriano - Nova entrada " 09-08-1972 30-11-1972 " " 20290
Francisco Lopes Cipriano - Nova entrada " 06-12-1972 04-08-1973 " " Nº de Registo
Francisco Lopes Cipriano - Nova entrada " 20-04-1974 Não menciona " Não menciona data de saída, possivelmente após o 25 de Abril.
Traduções
Em Frente da Porta do Lado de Fora
TradutorFrancisco Lopes Cipriano
Autor - Wolfgang Borcherts
ClassificaçãoTradução
Formatoimpresso
Medium Palco
Companhia de teatro Círculo de Cultura Teatral
Local Teatro Experimental do Porto
Local de consulta - Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Observações - O exemplar encontra-se no Secretariado Nacional de Informação (proc. 7985).
A peça foi reprovada. O carimbo da censura tem a data de 12/11/1965.
As informações referentes ao título, autor e tradutor encontram-se na capa do exemplar, manuscritas. O processo inclui relatórios dos censores. A peça já tinha sido reprovada anteriormente.
Registo Geral de Presos - Peniche
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Traduções
Em Frente da Porta do Lado de Fora
TradutorFrancisco Lopes Cipriano
Autor - Wolfgang Borcherts
ClassificaçãoTradução
Formatoimpresso
Medium Palco
Companhia de teatro Círculo de Cultura Teatral
Local Teatro Experimental do Porto
Local de consulta - Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Observações - O exemplar encontra-se no Secretariado Nacional de Informação (proc. 7985).
A peça foi reprovada. O carimbo da censura tem a data de 12/11/1965.
As informações referentes ao título, autor e tradutor encontram-se na capa do exemplar, manuscritas. O processo inclui relatórios dos censores. A peça já tinha sido reprovada anteriormente.

ANTÓNIO BORGES COELHO
António Borges Coelho, “Um homem espantoso e admirável”. Entrevista com Prof.Doutor António Borges Coelho”, CGTP – Associação para o Ensino Bento de Jesus Caraça
“Foi há 28 anos. A fuga de Peniche vista pelos que ficaram”, Avante!, 14/1/1988
[Depoimentos de José Vitoriano, Severiano Falcão, Borges Coelho e Manuel Andrade.]
António Borges Coelho, Tempo de Lacraus, Lisboa, Caminho, 1999
António Borges Coelho, “Um homem espantoso e admirável”. Entrevista com Prof.Doutor António Borges Coelho”, CGTP – Associação para o Ensino Bento de Jesus Caraça
“Foi há 28 anos. A fuga de Peniche vista pelos que ficaram”, Avante!, 14/1/1988
[Depoimentos de José Vitoriano, Severiano Falcão, Borges Coelho e Manuel Andrade.]
António Borges Coelho, Tempo de Lacraus, Lisboa, Caminho, 1999
JOSÉ DIAS COELHO
“Assassinato de Dias Coelho – uma notícia em duas linhas”, Jornal de Notícias, 27/9/1988.
[Inclui um depoimento de Margarida Tengarrinha.]
José Dias Coelho, A Resistência em Portugal, Inova, 1974.
José Dias Coelho, A Resistência em Portugal, Lisboa, Edições Avante!, 2006.
Júlia Coutinho, “José Dias Coelho, a coerência do Ser e do Fazer”, Estudos sobre o Comunismo, 15/7/2005.
Júlia Coutinho, “José Dias Coelho – Breve cronologia pessoal e afluentes”, Estudos sobre o Comunismo, 15/7/2005.
Júlia Coutinho, Exposição José Dias Coelho (1923-1961), Museu Municipal de Pinhel Ano 2003, Câmara Municipal de Pinhel, 2005.
Júlia Coutinho, José Dias Coelho (1923-1961), As Causas da Júlia
Carlos Quental, A Morte de Dias Coelho; A Defesa que a Ordem me Confiou, Lisboa, Editorial Resistência, SARL, 1978.
Margarida Tengarrinha, “José Dias Coelho. A morte saiu à rua…”, O Militante, 285, Nov- . Dez. 2006.

GILBERTO MAGALHÃES COUTINHO
( 1918?- Alcobaça, Fevereiro de 1999)
Expulso do PCP (Avante!, 63, Dezembro de 1950)
Fontes: ANTT"GILBERTO DE MAGALHÃES COUTINHO"CÓDIGO DE REFERÊNCIA
PT/TT/PIDE/E/010/94/18642
DATAS DE PRODUÇÃO
1948-11-22 a 1956-10-20
COTA ATUAL
PIDE, Serviços Centrais, Registo Geral de Presos, liv. 94, registo n.º 18642
( 1918?- Alcobaça, Fevereiro de 1999)
Expulso do PCP (Avante!, 63, Dezembro de 1950)
Fontes: ANTT"GILBERTO DE MAGALHÃES COUTINHO"CÓDIGO DE REFERÊNCIA
PT/TT/PIDE/E/010/94/18642
DATAS DE PRODUÇÃO
1948-11-22 a 1956-10-20
COTA ATUAL
PIDE, Serviços Centrais, Registo Geral de Presos, liv. 94, registo n.º 18642
Fleming de Oliveira, GILBERTO MAGALHÃES COUTINHO, ANTIFASCISTA ALCOBACENSE, Fleming de Oliveira
Não seria muito justo, deixar de referir o papel político de Gilberto Magalhães Coutinho em Alcobaça. Com 81 anos, faleceu em fevereiro de 1999, essa figura com algum relevo nos meios políticos da oposição ao Salazarismo em Alcobaça, que veio a ser detido primeira vez pela PIDE, em 22 de novembro de 1948, em Alcobaça, tendo dado a entrada na respetiva Diretoria, em 24 de novembro de 1948, para averiguações e recolhido de seguida, preventivamente, ao Aljube. Julgado no Tribunal Plenário Criminal de Lisboa, em 6 de dezembro de 1949, foi condenado na pena de 2 anos de prisão maior celular ou, em alternativa, na de 3 anos de degredo, na suspensão de direitos políticos por 15 anos, 1000$00 de imposto de justiça, acrescido das percentagens legais e sujeito a medidas de segurança. A pena de prisão decorria de lhe ser imputado atentar contra a segurança do Estado, enquanto que as Medidas de Segurança se justificavam, por período de tempo por vezes mais ou menos indeterminado, normalmente de três meses a três anos renováveis tantas vezes quanto a polícia política decidisse, com a benévola assinatura dos juízes do Plenário, na perigosidade do acusado, numa avaliação e proposta feitas pela PIDE. (...) Julgado no 1º. Juízo Criminal de Lisboa, em 30 de maio de 1951, Gilberto Coutinho foi de novo condenado no cumprimento de pena de prisão e sujeito a Medidas de Segurança. Antes fora sujeito à tortura do sono. Foi restituído à liberdade condicional, com termo de identidade e residência, em 3 de Junho de 1953, embora com Guia da Cadeia do Forte de Peniche, emitida com data de 6 de junho de 1953. Apenas, em 8 de outubro de 1956 lhe foi concedida a liberdade definitiva. O seu primeiro emprego, em Alcobaça, ocorreu na antiga Casa Furtado, de José Sanches Furtado (ferragens e drogaria). Quando saiu da prisão de Peniche, em liberdade condicional, foi trabalhar para a casa Thomaz dos Santos, em Caldas da Rainha. Daí passou para Barreto & Trindade, em Alcobaça, onde se tornou sócio e deu origem à empresa que atualmente ainda gira sobe o nome deGilberto de Magalhães Coutinho, Ldª. Dotado de forte espírito associativo, fez parte do grupo dos fundadores do Rancho de Alcobaça, da ADEPA e ainda da sociedade proprietária do Voz de Alcobaça. Também se dedicou ao Ginásio Clube de Alcobaça, de que foi diretor e apoiante em momentos difíceis. Quem o conheceu de perto, recorda um comerciante honesto, conceituado na praça, pleno de seriedade e disciplina na sua condução financeira. Nunca repudiou, as convicções políticas e tinha a fama, seguramente o proveito moral, de não ser acusado de criar situações que pudessem comprometer ou criar prejuízos a outrem. Pessoalmente, embora não tivesse sido pessoa propriamente das relações sociais, muito menos políticas do autor deste texto, registo que sempre lhe notei o gosto de ler e trocar impressões acerca dos mais variados assuntos. Aliás colaborou, por alturas dos vinte anos do 25 de Abril, na nossa Notas Sobre os Tempos do Prec em Alcobaça, publicadas em O Alcoa. (...) Sobre Albino Serrano, Artur Faria Borda e Gilberto de Magalhães Coutinho, pode-se consultar com interesse o Voz de Alcobaça, respetivamente os números do ano de 1999, janeiro a abril de 2000, 31 de agosto de 1999 e 28 de fevereiro de 1999. |
Fleming de Oliveira, “NOVOS E VELHOS SENHORES” EM ALCOBAÇA (em tempos do PREC). MÁRIO AMARAL, G. SAPINHO, GILBERTO COUTINHO, O GOVERNADOR CIVIL DE ALJUBARROTA, TARCÍSIO TRINDADE ENTRE OUTROS. HINO DA LEGIÃO PORTUGUESA., 22 de Abril de 2014
Gilberto Magalhães Coutinho faleceu com 81 anos, em fevereiro de 1999. Figura merecedora de respeito nos meios da oposição ao salazarismo em Alcobaça, veio a ser detido primeira vez pela PIDE, em 22 de novembro de 1948, em Alcobaça, tendo dado a entrada na respetiva Diretoria, em 24 de novembro de 1948, para averiguações e recolhido de seguida, preventivamente, ao Aljube-Lisboa. Julgado no Tribunal Plenário Criminal de Lisboa, em 6 de dezembro de 1949, foi condenado na pena de 2 anos de Prisão Maior Celular ou, em alternativa, na de 3 anos de Degredo, na suspensão de Direitos Políticos por 15 anos, 1.000$00 de imposto de justiça, acrescido das percentagens legais e sujeito a medidas de segurança. A Pena de Prisão Celular, decorria da circunstância de lhe ser imputado atentar contra a Segurança do Estado, enquanto que as Medidas de Segurança se justificavam, por período de tempo por vezes mais ou menos indeterminado, que ia normalmente de três meses a três anos, renováveis tantas vezes quanto a polícia política decidisse, com a benévola assinatura dos Juízes do Tribunal Plenário, na perigosidade do acusado, numa avaliação e proposta feitas pela própria PIDE. Julgado no 1º Juízo Criminal de Lisboa, em 30 de maio de 1951, Gilberto Coutinho foi, de novo, condenado no cumprimento de Pena Prisão Celular e sujeito a Medidas de Segurança, não sem antes ter sido sujeito à tortura do sono. Foi restituído à Liberdade Condicional, com Termo de Identidade e Residência, em 3 de junho de 1953, embora com Guia de Saída da Cadeia do Forte de Peniche, emitida com data de 6 de junho de 1953. Apenas, em 8 de outubro de 1956 lhe foi concedida a liberdade definitiva. O seu primeiro emprego, em Alcobaça, ocorreu na antiga Casa Furtado, de José Sanches Furtado, que se dedicava ao ramo das ferragens e drogaria. Quando saiu da prisão de Peniche, em liberdade condicional, foi trabalhar para a casa Thomaz dos Santos, em Caldas da Rainha. Daí, passou para Barreto & Trindade, em Alcobaça, onde se tornou sócio e deu origem à empresa que atualmente ainda gira sobe o nome de Gilberto de Magalhães Coutinho, Ldª. Dotado de forte espírito associativo, fez parte do grupo dos fundadores do Rancho de Alcobaça, da sociedade proprietária do Voz de Alcobaça e da ADEPA. Também se dedicou ao Ginásio Clube de Alcobaça, de que foi diretor, e apoiante em momentos difíceis. Quem o conheceu de perto, recorda um comerciante honesto, conceituado na praça, pleno de seriedade e disciplina na sua condução financeira. Nunca repudiou, as convicções políticas e honrava-se de não poder ser acusado de criar situações que pudessem comprometer ou criar prejuízos a outrem. Com Fleming de Oliveira, embora com cortesia, não se abria muito, nem falava à vontade, concretamente da sua experiência na oposição, salvo uma vez em que lhe fez alguns pequenos e circunstanciais desabafos. Gilberto Coutinho contou-me numa tarde, no recato do meu escritório, por alturas de 1994 que, saídos de Caxias, alguns companheiros de luta, relatavam que as paredes e os tetos das celas e corredores eram brancos, e naquelas havia marcas de arranhões. A iluminação era fraca, artificial, e a fonte invisível. O mobiliário, por sua vez estava protegido nas pontas para impedir que os presos se tentassem matar, chocando a cabeça contra o mesmo. As celas não tinham camas e nos tetos havia alto-falantes que difundiam mesmo de noite sons ruidosos, ou por vezes, choros e soluços das esposas ou filhos. As refeições, de fraca qualidade, eram servidas deliberadamente de forma aleatória e confusa. Um pretenso pequeno-almoço podia ser servido às 17 horas e o jantar a meio da noite. |
FERNANDO DOMINGUES DA COSTA
(1920-2007)
Edgar Rodrigues, Gente que viveu plenamente ideais emancipadores: Fernando Domingues da Costa (1920-2007)", Utopia, 26, jJulho-Dezembro 2008.
(1920-2007)
Edgar Rodrigues, Gente que viveu plenamente ideais emancipadores: Fernando Domingues da Costa (1920-2007)", Utopia, 26, jJulho-Dezembro 2008.
FRANCISCO DIAS DA COSTA
( Évora, 1923 – Tavira , 8/8/2003)
Advogado e escritor. Ligado ao PCP desde o fim da década de 40. Militante do MUDJ foi preso em 1947. Participou na campanha eleitoral de Norton de Matos em 1949. É preso de novo em 1955. Activista da campanha de Humberto Delgado em 1958. Residente no Algarve desde 1959, actuou a partir daí nos meios locais da oposição. Em 1970 fez uma viagem por vários países socialistas de que resultou uma memória intitulada No mundo dos lilases: breves notas de viagem à Checoslováquia, à União Soviética e à Polónia passando pelas Alemanhas, 1970
Em 1973 apresenta uma tese com o título de O Povo português a caminho da Democracia ao III Congresso da Oposição Democrática.
Depois do 25 de Abril foi membro do Conselho Português para a Paz e Cooperação e da União de Resistentes Antifascistas Portugueses. Era membro da organização do PCP de Tavira.
Dias da Costa era autor de uma larga bibliografia que incluía poesia, textos sobre temas algarvios. Entre os livros que publicou inclui-se Canto da longa madrugada: para os heróis proibidos (1978); Concerto em sol maior (1979 ); Anamnese da esperança e outros poemas (1981).; A meditação da esperança: poemas. (1988); Maravilhoso Guadiana: as grandezas, as misérias, o mistério (1991); O outro lado: poemas (1995) ; Floridas na pedra: a hidrografia do Vascão e a Serra do Caldeirão ou Mu: o homem e o meio (1996) ; As apóstrofes e outras páginas: poemas (1997).
O seu último livro foi Incomoda Memória (2003).
Fontes:
Avante!, 14/8/2003 ;
Imprensa local algarvia, Agosto 2003
CD25A
COSTA, Francisco Dias da - Francisco Castro Rodrigues. Tavira, Portugal.1996/05/06. 1p. Carta manuscrita e assinada, em papel com timbre: “Francisco Dias da Costa; advogado; Casa Branca das Pedras - CP.211-G; Tel (081)961481; 8800 TAVIRA”
F. Castro Rodrigues/Corresp./ 07
( Évora, 1923 – Tavira , 8/8/2003)
Advogado e escritor. Ligado ao PCP desde o fim da década de 40. Militante do MUDJ foi preso em 1947. Participou na campanha eleitoral de Norton de Matos em 1949. É preso de novo em 1955. Activista da campanha de Humberto Delgado em 1958. Residente no Algarve desde 1959, actuou a partir daí nos meios locais da oposição. Em 1970 fez uma viagem por vários países socialistas de que resultou uma memória intitulada No mundo dos lilases: breves notas de viagem à Checoslováquia, à União Soviética e à Polónia passando pelas Alemanhas, 1970
Em 1973 apresenta uma tese com o título de O Povo português a caminho da Democracia ao III Congresso da Oposição Democrática.
Depois do 25 de Abril foi membro do Conselho Português para a Paz e Cooperação e da União de Resistentes Antifascistas Portugueses. Era membro da organização do PCP de Tavira.
Dias da Costa era autor de uma larga bibliografia que incluía poesia, textos sobre temas algarvios. Entre os livros que publicou inclui-se Canto da longa madrugada: para os heróis proibidos (1978); Concerto em sol maior (1979 ); Anamnese da esperança e outros poemas (1981).; A meditação da esperança: poemas. (1988); Maravilhoso Guadiana: as grandezas, as misérias, o mistério (1991); O outro lado: poemas (1995) ; Floridas na pedra: a hidrografia do Vascão e a Serra do Caldeirão ou Mu: o homem e o meio (1996) ; As apóstrofes e outras páginas: poemas (1997).
O seu último livro foi Incomoda Memória (2003).
Fontes:
Avante!, 14/8/2003 ;
Imprensa local algarvia, Agosto 2003
CD25A
COSTA, Francisco Dias da - Francisco Castro Rodrigues. Tavira, Portugal.1996/05/06. 1p. Carta manuscrita e assinada, em papel com timbre: “Francisco Dias da Costa; advogado; Casa Branca das Pedras - CP.211-G; Tel (081)961481; 8800 TAVIRA”
F. Castro Rodrigues/Corresp./ 07
Acácio José da COSTA
ORLANDO DA COSTA
Orlando da Costa, Vocações Evocações, Lisboa, Caminho, 2004
Orlando da Costa, Vocações Evocações, Lisboa, Caminho, 2004

ARQUIVO EPHEMERA
ÁLVARO BARREIRINHAS CUNHAL
Álvaro Cunhal (1913-2005)
Domingos Abrantes, “Rumo à Vitória”, O Militante, 273, Dez. 2004.
Nair Alexandra, “O homem cultural”,História, 79, Setembro, 2005
[Conversa com Urbano Tavares Rodrigues sobre Cunhal.]
São José Almeida, “Álvaro Cunhal, Histórias de uma vida – Uma família de intelectuais burgueses”, Público Magazine, 3/3/1991
São José Almeida, “Álvaro Cunhal, Histórias de uma vida – Os primeiros anos, Público Magazine, 3/3/1991
São José Almeida, “Álvaro Cunhal, Histórias de uma vida – Entrar e sair de Peniche”, Público Magazine, 3/3/1991
São José Almeida, “Álvaro Cunhal, Histórias de uma vida – A fundação do PCP” , Público Magazine, 3/3/1991
Rosa Asneiros, Resistência, Lisboa, Dom Quixote, 2004
[Obra de ficção sobre a resistência comunista com referências a Álvaro Cunhal e Dinis Miranda]
Maria João Avillez, Conversas com Álvaro Cunhal e Outras Lembranças, Lisboa, Temas e Debates, 2004
Alexandra Isabel Carreira , Entrevista a Álvaro Cunhal, Expresso, 31/5/2003
Ana Margarida Carvalho, “Cunhal esse desconhecido”, Visão, 6/9/2001
Ana Margarida de Carvalho, “Amanhãs que (ainda) cantam”, Visão, 8/4/2004
[Sobre a adaptação televisiva de um livro de Cunhal]
Miguel Carvalho, Álvaro Cunhal Íntimo e Pessoal. Um Dicionário Afectivo, Porto, Campo das Letras, 2006.
Miguel Carvalho, “Cunhal, contador de histórias”, Visão, 10/11/2007.
Adelino Cunha, “Testemunha conta última prisão de Álvaro Cunhal”, Jornal de Notícias, 25/3/2009.
[Depoimento de Sofia Ferreira.]
Álvaro Cunhal, Algumas Experiências de 50 Anos de Luta do PCP s.l. , Edição da Direcção da Organização Regional do Norte, s.d. (1971)
Álvaro Cunhal, O Radicalismo Pequeno Burguês de Fachada Socialista s.l. Edição das Organizações Estudantis do PCP, 1971
Álvaro Cunhal , O Radicalismo Pequeno Burguês de Fachada Socialista (2ªEdição) , s.l. , “Edições “”Avante”, 1971
Álvaro Cunhal, A Força Invencível do Movimento Comunista,Lisboa Edições Avante!, 1975
Álvaro Cunhal , O Partido com Paredes de Vidro, Lisboa, Edições Avante !, 1985
(Álvaro Cunhal), O Partido Comunista da «Reorganização» dos Anos 40 ao 25 De AbrilConferência de Álvaro Cunhal no Seminário «Para a história da oposição ao Estado Novo» Universidade Nova de Lisboa – 9 de Abril de 1992
Álvaro Cunhal, A Revolução Portuguesa . O Passado e o Futuro . 2ª Edição Precedida de um Artgo do Autor Sobre “”A Revolução de Abril 20 Anos Depois”, Lisboa , Edições Avante!, 1994
Álvaro Cunhal, Acção Revolucionária, Capitulação e Aventura, Lisboa, Ed. Avante!, 1994
(Álvaro Cunhal), “Entrevista com Alvaro Cunhal. Bento Caraça insigne intelectual comunista “, Avante !, 22/6/1995
Álvaro Cunhal, Duas Intervenções numa Reunião de Quadros, Lisboa, Editorial Avante!, 1996
Álvaro Cunhal, As Vertentes Fundamentais da Democracia, Matosinhos Câmara Municipal, 1996
Álvaro Cunhal, A Arte, O Artista e a Sociedade, Lisboa, Editorial Caminho, 1996
Álvaro Cunhal, Rumo à Vitória. As Tarefas do Partido na Revolução Democrática e Nacional, Lisboa, Edições Avante, 2001
Álvaro Cunhal, O Aborto Causas e Soluções . Tese Apresentada em 1940 para Exame no 5º Ano Juridico da Faculdade de Direito de Lisboa , Lisboa, Campo das Letras, …
Álvaro Cunhal, Obras Escolhidas I, 1935 – 1947, Lisboa, Avante!, 2007.
Francisco Ferreira, Álvaro Cunhal Herói Soviético, Lisboa, 1977
H M. , “Cunhal e o culto da personalidade”, 0 Diabo, 16, 17 e 24 de Agosto de 1982
João Madeira, “Álvaro Cunhal e a via do levantamento nacional”, História, 79, Setembro, 2005
António Soares Moreira, O “Camarada” Alvaro Cunhal (De Frente, de Perfil e de Costas), Porto 1978
José Neves, “Álvaro Cunhal e o príncipio da história”, História, 79, Setembro, 2005
Maria Valentina Paiva, Álvaro Cunhal Ao Canto do Espelho, Vila Nova de Gaia, Calendário, 2006
Edmundo Pedro “Alvaro Cunhal , camarada”. Uma intencional (in)correcção à História”, Semanário, 26/1/1985
José Pacheco Pereira “Os Rivais de Cunhal”, Público de 4 de Dezembro de 1992
José Pacheco Pereira, Álvaro Cunhal. uma Biografia Política. “”Daniel”. O Revolucionário (1913-1941) . Vol.1, Lisboa, Temas e Debates, 1999
José Pacheco Pereira, Álvaro Cunhal, uma Biografia Política, “”Duarte”. O Dirigente Clandestino (1941-1949) , Lisboa, Temas e Debates, 2001
José Pacheco Pereira, “Cunhal e Galvão entre assassinos, ladrões e violadores”, Público, 14/6/2005
António José Queirós, “Documentos inéditos para a História Contemporânea de Portugal – Correspondência entre Álvaro Cunhal e Sarmento Pimentel”, Jornal de Vila Meã, 53, Novembro 2003
Rogério Ribeiro, “Álvaro Cunhal e a sua criação artística”, Avante!, 28/7/2005
Rogério Rodrigues,, “Cunhal: o ABC dos comunistas portugueses”, 0 Jornal, 23 de Julho do 1982
Rogério Rodrigues,”Cunhal, o rosto de um mito”, O Jornal, 21/3/86
R[ogério] R[odrigues], “Alvaro Cunhal: 0 Ultimo Combate”, 0 Jornal (Ilustrado), 31/10/1991
Urbano Tavares Rodrigues, “Álvaro Cunhal – Liberdade e Intervenção na Arte”, Jornal de Letras, Artes e Ideias, 29/1/1997 – 11/2/1997
Urbano Tavares Rodrigues, “Manuel Tiago. Uma nova expressão”, Jornal de Letras, 22/1/2003.
Urbano Tavares Rodrigues, “Para um balanço na obra de Manuel Tiago – Álvaro Cunhal. Romancista da Resistência e da Revolução”, Avante!, 31/11/2003.
Urbano Tavares Rodrigues (organização e prefácio) , É Tempo de Começar a Falar de Alvaro Cunhal, Porto, ASA, 2006
A[ugusto] M. S[eabra], “0 Nome é Alvaro Cunhal”, Expresso, 24/4/1982
Torcato Sepúlveda- “0 Homem da Bicicleta”, Público (Magazine) , 3/3/1991
João Céu e Silva, Álvaro Cunhal e as Mulheres Que Tomaram Partido, Porto, ASA, 2006
Manuel Tiago, A Estrela de Seis Pontas , Lisboa , Edições Avante !, 1994
Manuel Tiago, Cinco Dias Cinco Noites . Novela, Lisboa, Edições Avante!, 1996
Manuel Tiago, A Casa de Eulália, Lisboa, Edições Avante!, 1997
Manuel Tiago, Fronteiras, Edições Avante!, Novembro de 1998
Manuel Tiago, Lutas e Vidas.Um Conto, Lisboa, Edições Avante!, 2003
Vasco Pulido Valente, “A educação de um chefe”, K , Outubro 1991
- José Pacheco Pereira – Um Inédito de Cunhal
- José Pacheco Pereira – Cunhal e Galvão entre assassinos, ladrões e violadores
- Materiais sobre Àlvaro Cunhal
- Morte de Álvaro Cunhal
- Carta de Cansado Gonçalves sobre o jovem Cunhal
- Novas fotografias de juventude de Àlvaro Cunhal
Álvaro Cunhal (1913-2005)
Domingos Abrantes, “Rumo à Vitória”, O Militante, 273, Dez. 2004.
Nair Alexandra, “O homem cultural”,História, 79, Setembro, 2005
[Conversa com Urbano Tavares Rodrigues sobre Cunhal.]
São José Almeida, “Álvaro Cunhal, Histórias de uma vida – Uma família de intelectuais burgueses”, Público Magazine, 3/3/1991
São José Almeida, “Álvaro Cunhal, Histórias de uma vida – Os primeiros anos, Público Magazine, 3/3/1991
São José Almeida, “Álvaro Cunhal, Histórias de uma vida – Entrar e sair de Peniche”, Público Magazine, 3/3/1991
São José Almeida, “Álvaro Cunhal, Histórias de uma vida – A fundação do PCP” , Público Magazine, 3/3/1991
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[Obra de ficção sobre a resistência comunista com referências a Álvaro Cunhal e Dinis Miranda]
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Alexandra Isabel Carreira , Entrevista a Álvaro Cunhal, Expresso, 31/5/2003
Ana Margarida Carvalho, “Cunhal esse desconhecido”, Visão, 6/9/2001
Ana Margarida de Carvalho, “Amanhãs que (ainda) cantam”, Visão, 8/4/2004
[Sobre a adaptação televisiva de um livro de Cunhal]
Miguel Carvalho, Álvaro Cunhal Íntimo e Pessoal. Um Dicionário Afectivo, Porto, Campo das Letras, 2006.
Miguel Carvalho, “Cunhal, contador de histórias”, Visão, 10/11/2007.
Adelino Cunha, “Testemunha conta última prisão de Álvaro Cunhal”, Jornal de Notícias, 25/3/2009.
[Depoimento de Sofia Ferreira.]
Álvaro Cunhal, Algumas Experiências de 50 Anos de Luta do PCP s.l. , Edição da Direcção da Organização Regional do Norte, s.d. (1971)
Álvaro Cunhal, O Radicalismo Pequeno Burguês de Fachada Socialista s.l. Edição das Organizações Estudantis do PCP, 1971
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Álvaro Cunhal, A Força Invencível do Movimento Comunista,Lisboa Edições Avante!, 1975
Álvaro Cunhal , O Partido com Paredes de Vidro, Lisboa, Edições Avante !, 1985
(Álvaro Cunhal), O Partido Comunista da «Reorganização» dos Anos 40 ao 25 De AbrilConferência de Álvaro Cunhal no Seminário «Para a história da oposição ao Estado Novo» Universidade Nova de Lisboa – 9 de Abril de 1992
Álvaro Cunhal, A Revolução Portuguesa . O Passado e o Futuro . 2ª Edição Precedida de um Artgo do Autor Sobre “”A Revolução de Abril 20 Anos Depois”, Lisboa , Edições Avante!, 1994
Álvaro Cunhal, Acção Revolucionária, Capitulação e Aventura, Lisboa, Ed. Avante!, 1994
(Álvaro Cunhal), “Entrevista com Alvaro Cunhal. Bento Caraça insigne intelectual comunista “, Avante !, 22/6/1995
Álvaro Cunhal, Duas Intervenções numa Reunião de Quadros, Lisboa, Editorial Avante!, 1996
Álvaro Cunhal, As Vertentes Fundamentais da Democracia, Matosinhos Câmara Municipal, 1996
Álvaro Cunhal, A Arte, O Artista e a Sociedade, Lisboa, Editorial Caminho, 1996
Álvaro Cunhal, Rumo à Vitória. As Tarefas do Partido na Revolução Democrática e Nacional, Lisboa, Edições Avante, 2001
Álvaro Cunhal, O Aborto Causas e Soluções . Tese Apresentada em 1940 para Exame no 5º Ano Juridico da Faculdade de Direito de Lisboa , Lisboa, Campo das Letras, …
Álvaro Cunhal, Obras Escolhidas I, 1935 – 1947, Lisboa, Avante!, 2007.
Francisco Ferreira, Álvaro Cunhal Herói Soviético, Lisboa, 1977
H M. , “Cunhal e o culto da personalidade”, 0 Diabo, 16, 17 e 24 de Agosto de 1982
João Madeira, “Álvaro Cunhal e a via do levantamento nacional”, História, 79, Setembro, 2005
António Soares Moreira, O “Camarada” Alvaro Cunhal (De Frente, de Perfil e de Costas), Porto 1978
José Neves, “Álvaro Cunhal e o príncipio da história”, História, 79, Setembro, 2005
Maria Valentina Paiva, Álvaro Cunhal Ao Canto do Espelho, Vila Nova de Gaia, Calendário, 2006
Edmundo Pedro “Alvaro Cunhal , camarada”. Uma intencional (in)correcção à História”, Semanário, 26/1/1985
José Pacheco Pereira “Os Rivais de Cunhal”, Público de 4 de Dezembro de 1992
José Pacheco Pereira, Álvaro Cunhal. uma Biografia Política. “”Daniel”. O Revolucionário (1913-1941) . Vol.1, Lisboa, Temas e Debates, 1999
José Pacheco Pereira, Álvaro Cunhal, uma Biografia Política, “”Duarte”. O Dirigente Clandestino (1941-1949) , Lisboa, Temas e Debates, 2001
José Pacheco Pereira, “Cunhal e Galvão entre assassinos, ladrões e violadores”, Público, 14/6/2005
António José Queirós, “Documentos inéditos para a História Contemporânea de Portugal – Correspondência entre Álvaro Cunhal e Sarmento Pimentel”, Jornal de Vila Meã, 53, Novembro 2003
Rogério Ribeiro, “Álvaro Cunhal e a sua criação artística”, Avante!, 28/7/2005
Rogério Rodrigues,, “Cunhal: o ABC dos comunistas portugueses”, 0 Jornal, 23 de Julho do 1982
Rogério Rodrigues,”Cunhal, o rosto de um mito”, O Jornal, 21/3/86
R[ogério] R[odrigues], “Alvaro Cunhal: 0 Ultimo Combate”, 0 Jornal (Ilustrado), 31/10/1991
Urbano Tavares Rodrigues, “Álvaro Cunhal – Liberdade e Intervenção na Arte”, Jornal de Letras, Artes e Ideias, 29/1/1997 – 11/2/1997
Urbano Tavares Rodrigues, “Manuel Tiago. Uma nova expressão”, Jornal de Letras, 22/1/2003.
Urbano Tavares Rodrigues, “Para um balanço na obra de Manuel Tiago – Álvaro Cunhal. Romancista da Resistência e da Revolução”, Avante!, 31/11/2003.
Urbano Tavares Rodrigues (organização e prefácio) , É Tempo de Começar a Falar de Alvaro Cunhal, Porto, ASA, 2006
A[ugusto] M. S[eabra], “0 Nome é Alvaro Cunhal”, Expresso, 24/4/1982
Torcato Sepúlveda- “0 Homem da Bicicleta”, Público (Magazine) , 3/3/1991
João Céu e Silva, Álvaro Cunhal e as Mulheres Que Tomaram Partido, Porto, ASA, 2006
Manuel Tiago, A Estrela de Seis Pontas , Lisboa , Edições Avante !, 1994
Manuel Tiago, Cinco Dias Cinco Noites . Novela, Lisboa, Edições Avante!, 1996
Manuel Tiago, A Casa de Eulália, Lisboa, Edições Avante!, 1997
Manuel Tiago, Fronteiras, Edições Avante!, Novembro de 1998
Manuel Tiago, Lutas e Vidas.Um Conto, Lisboa, Edições Avante!, 2003
Vasco Pulido Valente, “A educação de um chefe”, K , Outubro 1991